Resenha da Ópera Mozart e Salieri
Como a grande (nem a pequena) imprensa não te(ê)m o costume de destacar óperas com textos, resenhas, críticas (ou qualquer outra definição); vou abrir espaço para esse tipo de arte aqui.
Domingo fui ao teatro ver "Mozart e Salieri". A ópera em questão é dividida em dois atos e foi composta pelo russo Nicolai Rimski-Korsakov (1844-1908). Ela conta a história da morte de Mozart por envenenamento. Seu assassino, Salieri, era uma bicha invejosa* que não aceitava o brilhantismo de Mozart.
O primeiro ato começa com o pianista Russo Sergey Uryvaev, e seu cavanhaque singular, tocando de maneira misteriosa, provocando na platéia uma reação também misteriosa. Em seguida, a mesma platéia se dar conta de que não entenderá nada naquela noite. Entra no palco o barítono Sergei Dreit, que interpreta Salieri. Logo depois surge uma pessoa estranha ao ambiente com uma peruca branca em mãos. Era a peruca, de época, do barítono. Especulou-se que a pessoa fosse o empregado de um salão de beleza próximo ao teatro. A peruca teria atrasado sua escova devido a uma grande circulação de clientes nesse dia no referido salão.
Começa a ópera com Salieri cantando em sua casa. O cenário da casa de Salieri era simples: duas cadeiras, papéis espalhados pelo chão e um pianista de cavanhaque singular tocando na cozinha. Talvez isso explique a precariedade da iluminação do espetáculo. Salieri observa suas anotações com desprezo até Mozart, que é interpretado por Leonid Zakhozhaev, chegar. Com isso, o piano de Sergey, antes misterioso, inicia um som de exaltação, causando na platéia uma sensação de que aquele senhor que acabara de chegar era diferente, afinal, seu nome não começava com "Sergei". Mozart, ao que parece, traz umas anotações, para mostrar a Salieri, que ao ver a genialidade das composições, tenta decorá-las antes que Mozart as registre ou, em último caso, jogar na rede para terceiros baixarem. Como não consegue, propõe um barzinho mais tarde. Mozart aceita, mas não sem antes avisar sua mulher, afinal, ele sairia com Salieri.
Começa o segundo ato com os dois num barzinho que não tocava pagode, pelo contrário, estava lá o mesmo pianista da casa de Salieri, que ao que parece também iria tocar após a ópera n’outro bar da fria Marituba. Mozart chega inquieto e Salieri, já com o veneno devidamente escondido, indaga o que afligia Mozart. O mesmo explica que acabara de escrever um réquiem encomendado por um ser estranho de roupas pretas. Enquanto Mozart refletia sua própria fala olhando uma velha (assim como 97% do público) na platéia, Salieri colocava o veneno no copo de champagne de Mozart (em tempo, não deu para ver a marca, pois estava no último andar do teatro). Após o ato, Salieri interrompe a reflexão de Mozart (e a excitação da velhinha) para propor um brinde. O piano de Sergey Uryvaev delata a situação, mas Mozart não percebe. Em seguida Mozart fala mais algumas bobagens típicas de bêbado e, após sentir-se mal, vai embora. Salieri analisa o que acontecera com um tom de arrependimento, mas logo em seguida vai correndo contar o babado para os seus amigos. Fim.
*a expressão tem o patrocínio do saudoso forum69.