Thursday, April 12, 2007

Cinema KM 15

Parece que o modelo hollywoodiano de fazer cinema é similar ao das outras indústrias, como a de computadores. Ao comprar um pc, a Dell, por exemplo, nos permite escolher quais peças de quais fabricantes queremos, assim como suas características, ou seja, configurá-los. Tais peças não são fabricadas pela Dell, mas sim por outras empresas terceirizadas, seja na China, Índia ou Brasil. Nada contra o cinema de tal localidade terceirizar, por exemplo, os efeitos especiais. Talvez seja, inclusive, mais inteligente no sentido de diminuir gastos e ter um melhor resultado. Eu admiro muito isso nos americanos. O problema é que cada vez mais, e isso não é tão atual, os filmes estão parecendo computadores da Dell, montados, sem alma. E o que me incomoda é que me disseram que cinema é arte...e eu acreditei.

Hoje, um filme americano digno consegue, no máximo, ganhar elogios de bonitinho, agradável e a origem de tal filme deve ser de um projeto [e aposto que tal projeto foi desenhado num software para gerenciamento de projetos com organogramas, fluxogramas e diagrama de atividades], onde a produtora ouviu/leu/conheceu uma história legal [HQ’s, séries antigas], contratou um roteirista que vem fazendo um bom trabalho, chamou o diretor do momento e escalou os atores capas de revistas. Há casos também em que o filme faz sucesso por ser exagerado, violento ou engraçado, mesmo que involuntariamente [maior parte das vezes].

Tá, mas ficar criticando filme americano é tão brasileiro-esquerdista-que-põe-a-culpa-de-seus-problemas-
nos-outros-e-não-sabe-fazer-uma-auto-crítica. Que horror!!!. Na verdade o motivo do conteúdo dos dois parágrafos acima é só para servir de base para o meu entendimento do que é fazer cinema e como isto causa fascinação em mim.

Ah, então cinema pra ti é não seguir o modelo hollywoodiano de fazer filme? Não, até porque um filme pode seguir tal modelo e ser interessante, é mais difícil, mas é possível. Ah, então cinema pra ti é aquele filme de conteúdo, que passa uma mensagem ao público? Também não, até porque o filme pode ter textos do Nietzsche ou outro filósofo qualquer, no lo sé, e ser péssimo. Não garante nada. É vazio. Não, não é isso.


[tag: dercy gonçalves nua] Então desembucha logo! [\\tag: dercy gonçalves nua ]

Ok, ok. Fazer cinema é, simplesmente, contar uma história e que a mesma seja bem contada (não precisa ser boa, mas se for, melhor ainda) – é como aquele cara da nossa infância ou nossa avó que, eventualmente, nunca foi à escola, mas sabia contar uma história de tal forma que não conseguíamos nos desconcentrar... eles usavam todas as ferramentas possíveis para contá-la de modo a nos envolver [vários tons de voz, expressões faciais adequadas ao momento da história, levava-nos prum lugar meio escuro para fazer um clima]. Às vezes, tais histórias nem eram tão boas assim, mas não importava, queríamos ouvi-los à noite toda.

Fazer cinema é isso. É uma história bem contada. A iluminação perfeita numa determinada cena [quando o contador de história nos leva praquele lugar mezzo escuro pra criar um clima], o plano correto, o som adequado à seqüência, atores envolvidos com a história, enfim. Se o cineasta acertar tudo isso, ele faz um belo filme. Fellini, Bergman, Hitchcock e Antonioni estão aí pra isso. O Fellini filmou histórias que, se fossemos ler antes de filmadas, chamaríamos de bobas, mas o modo como ele contou acabou tornando-a um clássico e que simplesmente e misteriosamente nos agradou, simples.


[tag: dercy gonçalves nua] : Tentativa de aumentar o número de entradas no meu blog, visto que, a palavra-chave "regina casé nuna" é a mais escrita por internautas do google que chegam neste sítio. Enfim, agora tô aumentando minha linha com a dercy.

9 Comments:

Blogger paula pavel said...

é...
eu queria que tivesse a profissão contador de histórias.
aí saberia onde encontrar um bom.

muito bom.

e esse negócio de dercy e regina nuas tá ficando meio esquisito. que gente depravada.

7:28 PM

 
Anonymous Anonymous said...

É só escrever mais freqüentemente, visitar outros blogs, essas ciosas que estão aí em qualquer fórum de blogueiros. O único caveat é que é mais raro ter leitor quando os posts são mais longos. Gostei muito da sua análise. Gostava e ainda gosto do Godard. Glauber, desculpe mas não gosto daquele jeito de atores declamando não. Tua definição de cinema foi perfeita. É tese?

4:07 PM

 
Blogger paula pavel said...

ilustríssimo:

escreva!

6:13 PM

 
Blogger paula pavel said...

ah

e eu postei

7:08 PM

 
Blogger K. said...

cinema depende de quem o vê, como e porquê.

talvez nem seja o cinema quem precise mudar primeiro; mas as pessoas e tudo intrínseco ao tema.

há muita coisa julgada realmente boa por alguns que se julgam realmente bons para fornecer uma opinião realmente relevante que, sinceramente, não me comove em nada (e nem acho que deveria ser o contrário).

talvez, uma pretensão menor de qualquer lado (do que se chama indústria e do que se chama arte), já seja um bom começo. (mas o que seria da vida sem um pouco de ousadia e megalomania? agradando ou não uns e outros?)

beijocas.

10:07 AM

 
Blogger paula pavel said...

lucas, dá um jeito nesse blog.

up!

7:39 PM

 
Blogger paula pavel said...

lucas!

5:04 AM

 
Blogger Gustavo said...

Oi
Digitei Dercy Golçalvez e achei o seu blog.


Auahuahua mentira.
Eu ví vc nos antigos posts do meu blog, há mais de ano.

7:53 PM

 
Blogger K. said...

saco blog parado.

7:27 PM

 

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